Ao assistir a um noticiário ou buscar conhecimento sobre economia, é normal ouvirmos falar sobre inflação, certo? Você certamente já se deparou com informações sobre taxa de inflação, metas inflacionárias e outros termos relacionados. Mas e na prática, será que todo mundo sabe como a inflação é medida?
O fato é que existem diferentes índices para determinar a taxa de inflação de um período, sendo o IPCA o mais conhecido deles. Então que tal entender agora mesmo o que é o IPCA, como ele é calculado e o que suas variações realmente significam? Vamos lá!
A taxa de inflação corresponde a uma média do crescimento dos preços de um conjunto de serviços e bens ao longo de determinado período. Ela pode ser causada por uma alta demanda de produtos no mercado ou por problemas de abastecimento e produção, que diminuem a oferta e elevam os preços, como prevê a clássica regra da oferta e demanda.
Outro fenômeno que eleva a inflação é o excesso de dinheiro circulando no mercado, resultado de momentos em que a economia está aquecida ou de desarranjos no cenário econômico.
Justamente para medir essa taxa foram desenvolvidos alguns índices, que servem para acompanhar os preços de produtos e serviços, possibilitando o cálculo da inflação. E é aí que entra o IPCA.
O IPCA é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, índice de inflação mais usado no Brasil. Servindo como base de cálculo para diversos investimentos, o IPCA representa a variação dos preços na economia do nosso país. Dessa forma, ele é adotado pelo governo e pelo mercado como o índice oficial de inflação.
Ele foi criado em 1979 e, desde então, já refletiu diversos momentos da economia brasileira. Quem é mais jovem não vai se lembrar, mas entre o final dos anos 80 e o começo da década de 90, os brasileiros tiveram que lidar com uma espiral inflacionária que fazia com que todos fossem às compras assim que recebiam o salário para evitar que o dinheiro perdesse valor.
Para você ter uma ideia de como a situação era crítica, no final de 1993, o IPCA acumulou inacreditáveis 2.447%. Como comparação, em 2016, o mesmo índice atingiu 2,94%. Desde 1999, de forma oficial, o governo brasileiro adota a política de metas de inflação para controlar a economia e evitar a disparada do índice. Isso é feito quase sempre elevando ou reduzindo a Selic, taxa básica de juros da economia.
Além do IPCA, existem outros índices que buscam medir a inflação no Brasil. Entre os mais famosos está o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), calculado pela Fundação Getúlio Vargas e largamente utilizado para corrigir contratos de aluguel.
O IPCA é calculado mensalmente pelo principal órgão de pesquisas em território nacional, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para conhecer o índice e apontar eventuais variações, pesquisadores acompanham os aumentos ou as diminuições no custo do orçamento das famílias brasileiras. De acordo com o IBGE, esses núcleos familiares têm renda mínima de 1 salário mínimo e renda máxima de 40 salários mínimos.
O que faz com que o IPCA aumente ou abaixe são as subidas ou descidas de preços de produtos e serviços consumidos pelas famílias que participam da pesquisa. A medição é feita em 9 regiões metropolitanas de diversos pontos do país: Fortaleza, Recife, Belém, Salvador, São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre, além dos municípios de Brasília e Goiânia, sempre do dia 1º ao dia 30 de cada mês, considerando pagamentos à vista e em dinheiro.
Mas a conta não é tão simples quanto parece e por um motivo relativamente óbvio: basta pensar no orçamento de uma família e imaginar que quanto menor for o salário dessas pessoas, maior será o comprometimento da renda com itens essenciais, como alimentos e medicamentos. Enquanto isso, famílias mais ricas mantêm um padrão de consumo diferente, sem tanto comprometimento com despesas básicas.
Por isso, o cálculo do IPCA é feito por meio de uma média ponderada, na qual cada segmento de produto e cada região do país tem um peso diferente na composição do índice. Como exemplo, vale mencionar que os gastos com alimentação representam um pouco mais de 25% do índice. Entre as regiões, São Paulo tem o maior peso, respondendo por 30,67% da inflação referente ao período pesquisado.
Tal forma de cálculo faz com que cada família sinta o impacto da inflação de forma diferente. Um IPCA alto costuma ser mais incômodo para quem ganha menos, já que esse grupo dispõe de poucas reservas financeiras e gasta praticamente tudo o que recebe para se manter no dia a dia.
Paralelamente ao IPCA, é feito o cálculo do IPCA-15. A lógica desse irmão é a mesma, com uma única diferença: a coleta de preços é feita entre o dia 16 de um mês e o dia 15 do mês seguinte.
Por fim, o IBGE também divulga o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que considera uma fatia diferente da população, incluindo apenas famílias com rendimentos mensais de até 5 salários mínimos.
Variações positivas do IPCA indicam que os itens de consumo do dia a dia estão ficando mais caros de maneira constante — ou seja: estão sofrendo inflação. Em outras palavras, isso quer dizer que, quando o IPCA sobe, a população precisa de mais dinheiro para comprar o mesmo que comprava antes. Nesse cenário, o poder de compra diminui.
Caso a alta do IPCA em um mês seja menor que a alta do mês anterior, isso não significa que os preços caíram. Na verdade, isso só quer dizer que a inflação foi menor, com os preços não tendo subido na mesma velocidade. Só quando o IPCA for negativo é que haverá diminuição nos preços (deflação) — o que nunca aconteceu no Brasil.
Além de impactar o bolso da população, o IPCA também afeta todos os tipos de investimento. Isso porque, independentemente da aplicação escolhida, o investidor precisa garantir que sua rentabilidade seja pelo menos superior à inflação do período.
No entanto, alguns ativos são afetados de forma mais direta. Entram aí as aplicações atreladas à Selic. Quanto maior é a inflação, maior tende a ser também a Selic, já que o governo aumenta os juros para frear a alta dos preços. Com isso, investimentos como o Tesouro Selic, que tem a Selic como base de cálculo, são impactados. Nesse caso, uma inflação maior significa um rendimento melhor da aplicação.
O mesmo vale para investimentos em que a rentabilidade é calculada a partir do próprio IPCA. É o caso do Tesouro IPCA+, título público atrelado ao índice de inflação. Em períodos de alta inflação, a rentabilidade dessa aplicação também sobe.
Portanto, como você pôde ver neste post, o IPCA tem relação com a situação financeira de todos os brasileiros, sejam eles investidores ou não. É mais que válido, assim, acompanhar as variações da inflação e ficar bem informado para proteger seu poder de compra.
Depois de saber todos os detalhes sobre como funciona o IPCA, conte nos comentários o que você costuma fazer quando a inflação aperta no seu bolso!
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