Para algumas pessoas ter um carro é um conforto, enquanto para outras trata-se de uma necessidade. Contudo, seja para trabalhar, para viajar, fazer passeios em família ou simplesmente para resolver questões do dia a dia, realizar a revisão veicular periodicamente é essencial para manter a conservação do automóvel e garantir a segurança do motorista e dos passageiros.
Comprovando esse fato, uma pesquisa feita pelo Instituto Scaringella Trânsito indicou que a ausência de manutenção preventiva dos veículos está relacionada a 27% dos acidentes rodoviários e urbanos no Brasil. O que acontece, entretanto, é que muitos proprietários de automóveis são resistentes quando o assunto é levar o carro para revisão. Por não saberem exatamente o que deve ser avaliado, muitos têm receio de serem lesados ou mesmo não compreendem a importância do procedimento.
Por isso, hoje vamos desmistificar algumas questões sobre a revisão veicular e responder as dúvidas mais comuns sobre o assunto. Confira a seguir o que exatamente é a revisão veicular, quando ela deve ser feita, que peças e sistemas são contemplados e quais as diferenças entre a revisão em uma concessionária e em uma oficina mecânica. Continue com a leitura e entenda tudo sobre o assunto!
A revisão veicular consiste em uma checagem preventiva do estado de desgaste de sistemas críticos do carro. Ela garante tanto a segurança dos passageiros como a preservação do automóvel contra danos materiais.
Desse modo, prolonga a vida útil do veículo, evitando grandes prejuízos e impedindo uma depreciação acelerada — sendo esse um aspecto fundamental para conseguir bons negócios em uma ocasional venda.
De forma simplificada, pode-se dizer que a revisão é o equivalente a um “check-up” do carro. Nela, são feitas calibragens e reparos a fim de garantir um melhor rendimento de todas as peças do veículo.
Contudo, lembramos que isso não é o mesmo que uma vistoria. Enquanto a revisão avalia a “saúde” do carro, uma vistoria se preocupa em verificar se as condições de circulação estão de acordo com a lei e identificar possíveis alterações nos padrões de fabricação — como troca das peças originais. Ela, normalmente, é realizada em operações de alienação e contratação de seguros.
Na revisão veicular, caso sejam detectados problemas e falhas relacionadas a defeitos ou desgaste em peças e sistemas, a concessionária ou oficina substituirá, de forma preventiva, os elementos defeituosos.
Logo, podemos constatar que a revisão é fundamental por dois motivos principais: proteção e economia. Ou seja, em primeiro lugar, ela garante que o veículo não representará nenhum risco de acidentes.
E, em segundo, acaba sendo uma forma de economia, uma vez que um problema em uma peça, quando detectado com antecedência, é mais barato de se solucionar do que depois de já ter comprometido outras partes do veículo. Assim, ao se realizar a revisão veicular preventiva, evita-se a necessidade de fazer uma revisão de emergência que custará muito mais caro.
É claro que os componentes do carro vão se desgastando naturalmente. Por isso, deve-se sempre estar atento aos prazos recomendados para substituição e manutenção de peças. Vale lembrar aqui que cada montadora tem suas próprias regras, logo, veículos de modelos e marcas diferentes podem ter indicações distintas acerca da periodicidade da revisão.
Então, é importante consultar o manual do automóvel para encontrar orientações mais específicas sobre quando ela deve ser feita e quais concessionárias estão autorizadas a prestar serviços e trocar peças.
Existem, contudo, algumas situações nas quais é altamente recomendado fazer a revisão veicular. A principal delas é quando se programa uma viagem. Fazer a revisão antes de viajar garantirá maior segurança e tranquilidade ao motorista e aos passageiros.
Isso porque, na revisão são identificados problemas que o proprietário ainda não tinha percebido, e, de forma preventiva, realizam-se reparos e substituição de peças defeituosas — que, do contrário, poderiam causar um grande estorvo durante o percurso.
O ideal, para que se tenha tempo hábil de realizar reparos mais complexos, caso seja necessário, é levar o veículo para manutenção com pelo menos uma semana de antecedência em relação à data programada para viagem.
Outra situação em que se deve fazer a revisão é em processos de compra ou venda do veículo. Nesse caso, além da vistoria, deve-se realizar a manutenção para garantir que o automóvel está em bom estado e não precisará passar por reparos e trocas de peças em um curto período de tempo — o que representaria um prejuízo para a negociação.
Há, ainda, parâmetros gerais, que indicam para o proprietário, de forma independente, se está na hora de levar o carro para uma revisão. Esses prazos são fundamentados em dois critérios principais: tempo e quilometragem.
A lógica na definição desses pontos é simples. No primeiro, que leva em conta o desgaste do tempo mesmo se o carro não estiver em uso contínuo, a revisão deve ser feita a cada seis meses. Já pela quilometragem, entende-se que com o uso intenso do veículo há um maior desgaste das peças. Logo, é recomendado que se faça a revisão a cada 10 mil quilômetros rodados.
Embora isso já sirva de base para saber quando se deve levar o carro para a revisão, algumas peças do veículo também têm parâmetros guiados pela quantidade de quilômetros rodados, que indicam quando devem ser trocadas. Os principais são:
Para entender melhor quais componentes serão contemplados na revisão, é preciso que eles sejam analisados dentro dos seus respectivos sistemas. Veja abaixo a função de cada um deles e as peças que são verificadas na revisão!
O sistema elétrico compreende os componentes que armazenam, transferem e regulam a intensidade da eletricidade que o carro precisa para funcionar. Logo, a sua atividade está diretamente ligada ao desempenho de várias outras peças de um veículo.
Por isso, falhas nesse sistema podem ter consequências graves — tanto em relação à segurança quanto ao desgaste de outras peças. E como há cada vez mais componentes elétricos nos novos modelos de veículos, a revisão do sistema é crucial para a manutenção do automóvel como um todo.
As principais peças do sistema elétrico são a bateria e o alternador . A bateria é responsável por armazenar a toda a energia e o alternador por recarregar a bateria na medida em que o motor funciona. Na revisão confere-se a qualidade do alternador, a descarga da bateria e os fios de aterramento, lâmpadas e fusíveis.
O sistema de motorização, basicamente, consiste nas peças que fazem parte do funcionamento do motor — que é o “coração” do carro. Ele compreende, ainda, outros sistemas auxiliares como o de arrefecimento e lubrificação.
O arrefecimento mantém a temperatura ideal de trabalho do veículo, impedindo que ela fique alta ou baixa demais — o levaria ao derretimento dos componentes e dificuldade de ligar o carro, respectivamente. A lubrificação, por sua vez, possibilita que as peças tenham menos atrito entre si, evitando o superaquecimento e o rompimento dos componentes.
O sistema de motorização é responsável por transformar o combustível utilizado no automóvel em energia mecânica por meio da combustão, e, assim, dar a impulsão necessária para colocar o veículo em movimento. Logo, ele caracteriza-se como um dos sistemas mais importantes do automóvel; e mínimos problemas em seus componentes podem impedir a locomoção do carro.
Na revisão deve-se verificar o nível de água do radiador, o nível do óleo motor, o filtro de combustível, o filtro de ar, a correia dentada e os tensionadores.
O sistema de exaustão é responsável por eliminar os resíduos e ruídos produzidos pelo veículo. Ele é composto basicamente de duas partes: o exaustor e o escapamento.
Por filtrar os gases liberados, tal sistema cumpre o papel de reduzir os efeitos nocivos que poderiam ser causados ao meio ambiente. No mais, tem a função de diminuir os barulhos emitidos pelo sistema de motorização — mais especificamente pelo escapamento — até o nível seguro determinado pela lei.
Na inspeção, esse sistema costuma passar justamente pela avaliação de emissão de poluentes e ruídos. Para isso, são verificados o coletor de gases do motor, o abafador de ruídos e o catalisador de gases.
As principais peças do sistema de transmissão são o câmbio e embreagem. A sua função é levar a quantidade certa de força mecânica, produzida pelo motor, até as rodas do veículo — o que é feito por meio de engrenagens, polias, eixos e correias. Portanto, ele é muito importante para realização das manobras realizadas pelo veículo.
A embreagem permite que não se force o motor além do necessário, auxiliando no desempenho correto do carro em subidas ou descidas. Quando esse sistema apresenta algum defeito, o motor pode sofrer um desgaste mais forte e acelerado.
Na revisão do sistema de transmissão são conferidos o nível e validade do óleo de câmbio, a altura da embreagem, o corrimento engates das marchas e a regularidade das peças.
O sistema de suspensão e direção é responsável por garantir a estabilidade do veículo e a sua dirigibilidade, absorvendo o impacto gerado por irregularidades no chão. A suspensão mantém a estrutura e as rodas estáveis e aderentes ao solo, auxiliando tanto no desempenho do automóvel quanto no conforto dos passageiros. Já a direção trata das questões relacionadas ao tempo de resposta do volante, balanceamento e alinhamento do veículo.
Devido à função que cumpre, esse sistema também é fundamental para que o veículo possa ser conduzido com segurança e confiança. Na revisão, são verificadas molas e amortecedores (essenciais na frenagem), o balanceamento (para restaurar o equilíbrio de peso) e alinhamento do veículo (que regula os ângulos de direção do carro), além da conservação dos pneus e estepe.
O sistema de freios, também conhecido por sistema de frenagem, compreende as peças responsáveis por controlar e reduzir a velocidade do veículo, assim como por fazê-lo parar. Logo, o seu funcionamento adequado é imprescindível para a performance do carro e para a segurança dos passageiros.
Na revisão desse sistema deve-se verificar os fluídos, discos e pastilhas de freio, além de componentes como cilindros mestres e pinças.
O sistema de ignição é responsável por criar a combustão através da mistura do ar com o combustível, propiciando o funcionamento do veículo. Já a injeção eletrônica auxilia no rendimento do motor por meio da medição de sensores e controle eletrônico das quantidades de combustível disparadas no sistema de ignição.
Nesse sentido, problemas no sistema de injeção fazem com que não seja consumida a quantidade adequada de combustível, prejudicando o desempenho do carro. Na ignição, caso haja falhas, o motor não conseguirá trabalhar, ou seja, não será possível ligar o carro.
Na revisão, os principais componentes contemplados são os cabos e velas, e, normalmente, é feita a varredura e limpeza do sistema de injeção eletrônica.
O sistema de segurança compreende todas as peças voltadas para a proteção dos passageiros. Seu papel é diminuir os riscos de acidentes e, caso ocorram, visa minimizar os possíveis danos sofridos. Os componentes desse sistema podem ser separados em duas categorias distintas: os itens de segurança ativa e os itens de segurança passiva.
O primeiro grupo abrange, inclusive, algumas das peças citadas anteriormente. Nele estão os pneus, suspensão, faróis de iluminação, vidros, espelhos, extintor de incêndio, apoio à condução e sistemas multimídia. No segundo encontramos os airbags, cintos de segurança, barras protetoras e peças de carroceria feitas para absorção de impacto. Todos esses componentes devem passar pela revisão.
Embora o processo de revisão veicular seja essencialmente o mesmo, existem algumas diferenças pontuais entre fazer a revisão com a concessionária autorizada e com a oficina mecânica.
Normalmente, os proprietários de carros 0 km, durante a vigência da garantia de fábrica do veículo, levam o veículo exclusivamente em concessionárias autorizadas. Esse hábito é comum no Brasil, pois costuma se tratar de uma exigência das montadoras para que sejam respeitadas as garantias de fábrica sobre os automóveis.
Já proprietários de carros seminovos e usados costumam evitar levar o seu veículo para a revisão em concessionárias. Isso porque é muito comum que tenham, próximo de sua residência, uma oficina ou mecânico com o qual podem contar quando precisam de algum tipo de manutenção.
Nesses casos há uma maior flexibilidade quanto a prazos, preços e horários de atendimento. Contudo, deve-se ficar atento, pois em uma oficina não autorizada existe a possibilidade de adquirir peças desgastadas e de qualidade inferior. Além disso, alguns mecânicos podem persuadir o proprietário do veículo a adquirir serviços e realizar manutenções que não são necessárias no momento. Portanto, fazer a revisão do carro em uma oficina sempre envolve um certo nível de risco.
Além do quesito confiança em profissionais certificados e especializados, a revisão em concessionárias autorizadas se destaca por ser mais cuidadosa e aprofundada, o que dá uma maior tranquilidade em relação à qualidade dos serviços prestados. Outros benefícios consistem no fornecimento de melhores garantias de procedência e durabilidade de peças, além de carimbos de revisões periódicas no manual, que valorizam o veículo na hora da venda.
Logo, a escolha está diretamente relacionada à sua preocupação em conservar o veículo da melhor forma possível — sendo a revisão em concessionária mais recomendada para realização dos serviços de forma segura e eficiente.
Quando falamos de revisão veicular é comum que os proprietários e motoristas menos experientes tomem alguns mitos como fatos e coloquem certos fatos em dúvida. Para esclarecer o tema, desvendamos a seguir o que é ou não verdade na revisão veicular. Acompanhe e tire todas as suas dúvidas!
Muitos proprietários de veículos acreditam que na revisão deve ser feita a “descontaminação do motor”. Esse procedimento consiste em uma limpeza profunda do motor para eliminação de resíduos que ficam depositados ali em função do desgaste de filtros de ar e de outros componentes.
Porém, a verdade é que, se as peças do sistema de exaustão estiverem com a manutenção em dia, a descontaminação do motor só é necessária depois de rodados 30 mil km.
Fazer a revisão veicular periodicamente gera economia no longo prazo. A manutenção preventiva garante que nenhum sistema ou componente será levado ao limite de seu desempenho. Assim, evita panes generalizadas cujo conserto sairia muito mais caro.
Essa não é uma regra, mas costuma ser verdade. Isso se deve ao fato de que carros mais novos, e com mais acessórios e componentes, levam a uma revisão mais trabalhosa. Além disso, muitas modelos mais caros não têm peças disponíveis no mercado brasileiro e, para que seja realizada a troca, elas precisam ser importadas — o que acaba pesando no orçamento da concessionária ou oficina.
A ideia de que carros com menos de 3 anos não precisam passar por revisão está totalmente equivocada. Como mencionado anteriormente, o recomendado é se fazer a revisão a cada seis meses ou 10 mil quilômetros rodados. E ainda há a revisão que se precisa ser realizada antes de pegar a estrada, mesmo em trajetos relativamente curtos.
Trata-se de outro mito. Mesmo que o carro esteja parado na garagem, ou seja pouco utilizado, algumas peças e componentes têm prazo de validade e podem se desgastar sem que estejam sendo usadas. Além disso, a revisão deve ser feita para que se evite a depreciação acelerada do veículo.
Essa afirmação geralmente é verdadeira. Motoristas experientes sabem identificar por barulhos e respostas de desempenho de sistemas quando o automóvel está ameaçando algum problema.
Porém, esperar essa manifestação para levar o carro para a revisão é altamente imprudente. Se o veículo está dando sinais de problemas, quer dizer que já está passando da hora de revisar e, provavelmente, tem peças que estão no limite do desgaste.
Como vimos, a água do radiador é o principal componente do sistema de arrefecimento. Contudo, muitos motoristas não sabem que é preciso misturar à água aditivos anticorrosivos para prolongar a vida útil das peças.
Essa mistura faz com que o contato com o líquido não leve a uma oxidação acelerada dos componentes metálicos do sistema. É importante destacar que os aditivos não precisam ser adicionados sempre que se troca a água do radiador, porém, é recomendado fazê-lo quando se leva o veículo para uma revisão.
Ser proprietário de um automóvel envolve diversos cuidados e preocupações, que vão desde o preço do combustível, parcelas de financiamento ou consórcio e tipos de seguro que se pode adquirir e até a necessidade de uma revisão veicular periódica.
Contudo, agora você chegou até aqui, já viu praticamente tudo o que precisa saber sobre a revisão veicular. Então, da próxima vez que for levar o seu carro até a concessionária ou oficina entenderá melhor quais serviços devem ser feitos e quais as peças e componentes dos sistemas serão avaliados.
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